quinta-feira, 5 de novembro de 2009

As viagens de José: O homem da estrada.

O sol está quente na cabeça de José, que sentado pensa no assassinato que cometeu. A faca vermelha fincada no chão árido e o corpo jogado ao lado, “a civilização é superestimada”, pensa enquanto recupera seu chapéu e botas que o corpo outrora vivo lhe tomou.
Antonio lhe falou dos perigos da estrada, mas eram bruxas e anjos que o antigo andarilho temia, o mal de José era mais palpável. “O chapéu e as botas”, pensava, “aquele velho tolo dizia que um andarilho deveria defendê-los com a vida, eram seus talismãs, sua alma”.
Mesmo José tendo percebido que o chão lhe comeria os pés e o sol suas idéias se os perdesse, foi uma angústia mais primitiva que lhe levou ao ataque.
“É melhor afastar essas idéias e seguir o caminho, este homem agora pertence à estrada e um dia esta estrada pode lhe vingar a morte.”

2 comentários:

Anônimo disse...

Perfeito, muito bom.

Vai pro twitter...

Michelsius disse...

E agora José?