terça-feira, 12 de janeiro de 2010



Não sei se é porque nasci com o pé na estrada que me desapeguei tão facilmente de onde tive que crescer. Convivi pouco com o mar ao longo da infância, frustração de hoje, ao ver jovens crescendo a deriva. É difícil negar que a maresia corrói meu coração cheio de saudades da roça, porém afirmo em tom de oratória que foi esse mesmo mar traiçoeiro, quem preencheu o vazio com tamanha imensidão de meu Deus. O mar faz tantos milagres que até me fez acreditar na alma, que há muito não me prendia. Porém, por vezes só ele existe, o mar existe. Desde que passei a viver o mar, sonho diariamente que possuo um par de asas que fazem ser quase livre, só vivendo preso ao litoral. Esse simples fato explica eu ser um animal marinho nos sonhos, uma gaivota mais precisamente, pros desavisados e despercebidos.

2 comentários:

Mariana disse...

É engraçado ver como a gente se parece. Sei lá, a vida de gente grande antes do tempo, ou a infância no interior...

Sempre acho que fui eu quem escrevi seus textos. =)

Jeanne disse...

Adorei o escrito, Dré. Como cresci no sujúsbio também não convivi tanto com o mar na infância o quanto gostaria e tenho essa relação linda de pertencimento com o litoral como você. É só olhar meu blog, quase todo post tem mar, haha.

Me apaixonei por "É difícil negar que a maresia corrói meu coração". Perfeito ♥