Cravei minhas mãos na terra e pude sentir minha vida ecoando dentro da vida. O sertão agreste de meu coração se tornou fonte jubilosa de dádivas perenes junto ao corpo universal. Sem medispor ao talhar do mundo, me vi correndo rumo às infinitas realizações. Minha Mãe nunca me esqueceu, ralhava meu sentimento de abandono dentro de mim. Os Raios do Sol então se fizeram perceptíveis à minha insignificância perfectível. Tornei-me um só. Ave Ser Eterno. Todo aquele ser miseravel que existia deixou de o ser, passaram a ser tantos quanto eu.
Então recolhi minhas mãos, que um dia foram garras, e minha refrega continuou, a insensata compreensão da Realidade como o arquiteto que conhece desde a sapata do edifício, suas telhas e instalações, contra quem ainda não saiu de seu quarto escuro.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
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