O mesmo fogo que alumiou o céu estrelado, que indicava a festa da mãe santíssima daquele povoado, incandesceu os tristes olhos cintilantes daquele menino barrigudinho do interior do sertão baiano.
As luzes da gambiarra tornavam visível o que era impossível enxergar nas noites cálidas sem festejo. Agora, durante o dia e a noite, todos podiam contemplar com clareza as rachaduras daquele solo castigado. As orações, daquele povo devoto, pareciam ter sido ainda mais reforçadas, porém, ainda não se sabe o motivo para tanto clamor. Talvez seja o fato da santinha milagrosa prometer enviar chuva pros próximos dias, segundo as palavras do pároco local, ou talvez pelo simples fato da realidade, agora, ser exposta 24 horas por dia, graças a luzes da gambiarra.
6 comentários:
Às vezes a triste realidade é melhor que não se exponha...
Quem deveria enxergá-la está cego.
a gambiarra é uma coisa curiosa, é um tipo de luz que chega justamente onde a luz não faz a menor questão chegar, é uma luz preguiçosa, covarde. A luz que ilumina nossa vergonha.
gosto mais de gambiarra como tramóia...
gostei!
Tostes tem um quê de menino barrigudinho do interior, que quando ele fala disso parece que está buscando algo de dentro.
ate q vc escreve bem, hein?!!
gostei de passar aqui, meu querido!
as vezes a luz ilumina, as vezes ela cega!
beijaooo
Tostes tem um quê de menino barrigudinho do interior, que quando ele fala disso parece que está buscando algo de dentro.[2]
. . .
Ai que coisa de orkut... Mas sim, concordo plenamente.
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